• The Guardian: "Dez músicas de Lady Gaga que mostram o quão incrível o pop pode ser"


    Para fazer o esquenta de "Joanne", o The Guardian criou uma lista com dez músicas de Lady Gaga, fazendo uma viagem por sua carreira, para mostrar "o quão incrível o pop pode ser". Confira a lista:

    1 - Paparazzi:
    Isto pode parecer chocante, mas Lady Gaga sempre quis ser famosa. Suas músicas muitas das vezes falam sobre as diversas facetas da fama - a partir da perspectiva próxima no início de sua carreira, com The Fame, em 2008, para a versão é a versao distorcida-paralisada-de-medo , The Fame Monster. Embora sua atitude para com a fama tenha se tornado cada vez mais solipsista* quando ela se tornou a maior popstar da última década, suas experiências eram sobre fazer uma experiência universal. "The Fame é sobre como qualquer pessoa pode se sentir famosa", ela [Gaga] disse. "Mas é uma fama compartilhada. Quero convidar todos vocês para a festa. Quero que as pessoas se sintam parte desse estilo de vida". O quinto single do álbum, Paparazzi, mescla essa combinação de fantasia e realidade em uma de suas melhores canções pop. Apesar de suas camadas - o conflito entre fama e amor, as implicações de galantear os paparazzi e cortejar a mídia -, há um estilo de ausência de esforços para tudo. Enquanto seu trabalho posterior ocasionalmente a vê amarrar-se em nós para fazer um ponto, aqui é fácil de apreciar uma música tão intensamente ou tão superficialmente como você queira. Enquanto os versos são sustentados por uma batida ondulante, batidas com toques de música industrial e pequenos floreios rabiscados de sintetizadores semelhantes a cítara, o refrão é como um puro sol melódico. Sempre uma artista visual, Paparazzi também marcou sua primeira declaração visual depois de Poker Face e Just Dance, seu vídeo dirigido por Jonas Åkerlund é uma declaração poderosa e ultrajante sobre quão longe as pessoas vão pela fama, e um verdadeiro indicador para o futuro.


    2 - Bad Romance:
    Se Paparazzi pavimentou o status de Gaga, então a imperial Bad Romance - sobre apaixonar-se por seu melhor amigo - construiu uma torre no topo com um farol piscando a mensagem “Não dá pra melhorar mais!” uma rolo compressor eletropop inspirada por techno, Bad Romance foi escrita num ônibus de turnê em algum lugar na Noruega com o colaborador de sempre, RedOne. Fortalecida pela reação a suas declarações criativas mais ousadas, Gaga estava inclinada a fazer o que chamou de “faixa pop experimental” com uma beirada mais anos 90. Ela utiliza o velho truque de fazer uma produção trabalhosa parecer fresca e clara, com cada elemento cumprindo seu propósito e enaltecendo o todo. De fato, quase a canção inteira é um tipo de refrão. Quando você acha que já alcançou o topo da extravagância, a ponte “walk, walk, fashion baby” surge (a canção foi lançada em um desfile de Alexander McQueen), antes da ponte, incluindo algum francês de alto nível oscila à vista. Chega uma cacofonia gloriosa próximo à marca dos quatro minutos, antes de Gaga berrar “WANT YOUR BAD ROMANCE!” e o pop ser recalibrado totalmente outra vez.


    3 - Telephone ft. Beyoncé:
    Apenas um ano após The Fame veio o EP de oito faixas The Fame Monster, um álbum conceitual conciso e direto, oferecendo o lado sórdido da celebridade em contraste à esperança inocente do The Fame. Originalmente escrita para Britney Spears (que gravou uma demo, vazada em maio de 2010), a faixa produzida por Rodney Jerkins parece ser sobre escapismo e a sugestão de que talvez uma balada não seja o melhor lugar para bater um papo. Sendo a Gaga, no entanto, há um pouco mais além disso. Ela contou à MTV que a canção era sobre sufocamento e o medo de não ser capaz de se divertir. É possível que a explicação tenha sido forçada depois, pois uma popstar em sua fase imperial pode dizer e fazer o que preferir e sair impune - e esta era certamente a fase imperial de Gaga. Telephone começa com duas estrofes, em vez da típica estrutura verso, pré-refrão e refrão. Porém, sua dinâmica e tempo são tão perfeitamente equilibradas que demoram apenas 45 segundos para chegar ao refrão, que com sua chegada cola um foguete notório nas costas da canção. Mesmo sem sua participação especial, a música continuaria alcançando o patamar de “muito boa”, mas Beyoncé – delirantemente rapeando o terceiro verso quase como se estivesse possuída – cria uma perfeita cápsula do tempo para o pop do fim da primeira década do século XXI.


    4 - Alejandro:
    Alejandro é um dos singles mais estranhos da Gaga e um de seus mais lentos, com o andamento de 99bpm colocando-o no espaço entre banger e balada. Talvez por isso sua gravadora estivesse relutante em lançar essa música como single. Enfim, Gaga conseguiu e a música tornou-se seu sétimo hit sucessivo no Top 10 dos Estados Unidos. A música - deliciosamente exagerada - é sobre Gaga dizendo adeus a seus ex-amantes, incluindo o titular Alejandro, o coitado Fernando e o eternamente não-amado Roberto. Sua introdução guiada por instrumentos de corda é brilhantemente justaposta com uma suave coloração de discoteca de colônia de férias adolescente dos anos 90, com drama de relacionamento de novela e batidas constantes. Porém, como de costume nesses primeiros anos, todos os elementos diferentes são maravilhosamente costurados por Gaga e RedOne, que permitiram que a canção tivesse espaço suficiente para respirar e dar o centro das atenções àquele glorioso refrão.


    5 - Dance In The Dark:
    Dance In The Dark é uma música sobre autorrepulsa que não oferece uma solução: ela marca para Gaga o local onde o público e o privado se unem; onde o Monstro da Fama começa a vencer. O refrão "Baby gosta de dançar no escuro/ Porque quando ele está olhando ela desmorona", no entanto, ainda ancora-se no relacionável, lidando com questões de sexo e autoconfiança. "Ela não quer que seu homem a veja nua. Ela será livre e soltará seu animal interior, mas apenas com as luzes desligadas", ela explicou para o Los Angeles Times. A canção ganhou uma nova dimensão quando apresentada no BRIT Awards 2010, pouco após a morte de seu amigo Alexander McQueen, ancorando a mensagem da música de que a fama é uma máscara que não pode salvar a todos. Musicalmente, a música é uma gloriosa justaposição de texturas: o vocal gaguejante e ríspido entrosado com aquele riff glacial, enquanto os vocais processados das estrofes explodem no raio de sol do refrão. Até a parte falada roboticamente perto do fim é eventualmente lavada por uma briza sintética quentinha. Dance In The Dark também parece ser a primeira canção feita para e sobre seus fãs. "Espero e rezo que eu possa inspirar alguma mudança nas pessoas de forma subliminar durante a apresentação", ela disse à MTV. "Eles estão cantando Dance In The Dark, mas estão dançando e estão livres. Estão botando tudo para fora."


    6 - Judas:
    O ponto mais alto na carreira de um artista não dura para sempre, claro. Born This Way em 2012 foi para alguns, um passo grande demais — um gesto bem intencionado, porém um pouco arrogante, que fez parecer ser apenas mais uma super estrela prometendo salvar o mundo. Pela primeira vez, a mensagem estava ofuscando a canção. Para outros estava muito parecido com ‘Express Yourself’ da Madonna. A campanha do álbum também mostrou sinais de descuido, quando alguns trabalhos finalizados para o álbum, como vídeos, foram substituídos às pressas. Deixando isso tudo de lado — o que é mais fácil falar do que fazer, quando se trata de Gaga — e o que nos resta é a música, e a maioria das músicas do 'Born This Way' permanece firme. Uma das poucas produções de RedOne no álbum foi ‘Judas’, uma canção de batida constante que lembra em partes a ‘Bad Romance’, com um refrão glorioso que quase chega a parecer comicamente animado. ‘Judas' também brilhantemente expõe os vocais versáteis de Gaga, com os versos antecedentes ao coro sendo cantados de forma crua, quase como rap, seguidos pelo coro pop que clareia o caminho. E então temos a ponte no meio da música que diz. “Prostituta, vagabunda, vadia, vomitam sua cabeça…”, junto de uma parte aonde Gaga diz para usar uma camisinha nos ouvidos.*, ‘Judas' é um lembrete de quão tola a música pop pode ser. *(Da expressão “ear condom” que significa filtrar o que se ouve)


    7 - The Edge Of Glory:
    Born This Way contém diversas baladas cheias de energia, o gênero musical padrão para os artistas que tem a intenção de abordar suas fantasias na canção. A melhor do grupo é The Edge Of Glory, uma música que enfatiza as inspirações em Steve Springsteen ao ter Clarence Clemons no saxofone. Inspirada pela morte de seu avô e o casamento de 60 anos dele e de sua avó, a música fala sobre “o momento glorioso de sua vida, quando você decide que é aceitável partir, quando você não tem mais o que dizer, não tem mais o que fazer, mais montanhas para escalar.” Talvez seja essa conexão pessoal que faça com que a performance de Gaga seja mais emotiva do que em qualquer outro lugar no álbum. Mais uma vez, o coro é impecável, uma descarga de energia que antecede o verso “I'm on the edge with you.”, que Gaga canta com bastante paixão. Quando o solo de Clarence no sax chega a um fim de repente, a música começa a parecer cheia demais, mas mesmo assim Gaga e o produtor Fernando Garibay conseguiram estender a música por mais um dramático minuto, antes do fim, quando a canção acaba, exausta em sua própria ambição.


    8 - Yoü & I (Mark Taylor Remix):
    Todos os álbuns de Lady Gaga incluem um poema lírico, que remete aos dias em que Gaga vagava por Nova Iorque, se apresentando em bares. Em The Fame tivemos Brown Eyes, em The Fame Monster tivemos Speechless e em ARTPOP tivemos Dope. Em Born This Way, tal canção era Yoü And I, uma canção que Gaga cantou pela primeira vez em junho de 2010 e depois foi adicionada na turnê Monster Ball. Originalmente, a música era apenas uma balada acompanhada de um piano, a versão que aparece em Born This Way muda um pouco de tom, ao conter um sample de We Will Rock You, do Queen e produção de Robert John Lange. O resultado soou excessivo e sufocante, porém a canção foi salva pelo remix de Mark Taylor. Com o ritmo mais acelerado, os backing vocals mais aparentes com notas de baixo inseridas por trás, a canção ganha ritmo e brilha. Esta versão também destaca, brilhantemente, o piano, e então segue com um breve solo de banjo. E quando você pensa que a canção não pode ficar melhor, os backing vocals começam a desvanecer e nos deixar com os vocais de Gaga e um piano, que provavelmente estava contemplando um copo vazio de uísque.



    9 - Do What U Want ft. Christina Aguilera:
    Prejudicado pelo pânico que girava em torno de sua campanha, e truques chamativos demais antes de ser lançado, ARTPOP de 2013 foi algo pequeno e não muito importante. Apesar da convicção natural de Gaga ter sobreposto o seu talento, o álbum também teve alguns destaques, como o seu segundo single Do What U Want, que continha um de seus melhores coros. Inspirada pelo tempo que Gaga viveu em Chicago, esta era a versão da cantora de uma música R&B. Muitos ficaram furiosos por Gaga — que dizia ser uma ativista dos sem voz — ter escolhido colaborar com R. Kelly na versão do álbum, devido as acusações de que ele havia feito sexo com menores de idade (ele sempre negou as acusações e nunca foi condenado por tal crime, apesar de ter feito diversos acordos judiciais). Apenas para enfatizar o quão prejudicial foram as decisões tomadas pela cantora nessa época, ela então chamou Terry Richardson para filmar o vídeo, o qual, graças a Deus, nunca foi lançado. Decidida a manter a canção nos charts após toda a controvérsia envolvendo a canção, Gaga lançou uma versão da música com Christina Aguilera no lugar de R. Kelly. Ao contrário da versão sexualizada do verso de R. Kelly, Christina Aguilera canta o que pensamos ser a versão original da canção, sobre como “os seus ossos doem por causa dos shows”, o que é obviamente uma conexão com o ferimento no quadril que Gaga sofreu durante a sua turnê Born This Way Ball. É um crédito a canção, que apesar de todos os problemas, ainda soa maravilhosa.


    10 - Sexxx Dreams:
    Existe um universo paralelo aonde Sexxx Dreams foi o primeiro single de ARTPOP e todos eram muito mais felizes. O primeiro single de ARTPOP, que foi na verdade Applause, foi bom, mas era apenas uma música sobre Lady Gaga sendo Lady Gaga para os fãs de Lady Gaga. O ritmo agradável e suave de Sexxx Dreams porém, é apenas uma música pop com algumas influências disco que fala sobre “fantasias impuras”. Só isso. Sem motivos obscuros. A canção se destaca em ARTPOP por ser um dos raros momentos genuínos que Gaga esteve alegre e sem preocupações. Os vocais divertidos de Gaga destacam as várias diferentes texturas da canção — sua voz soa penetrante durante a canção, divertida nos versos que antecedem o coro, e sedutora no refrão. Tem também uma parte brilhante aonde Gaga diz “Eu não acredito que estou te contando isso, mas eu bebi um pouco e…. Oh meu Deus!” antes do refrão quando aqueles sons delirantes vindos do sintetizador dominam a canção uma vez mais.
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